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Eram verdes os campos

  • Foto do escritor: Spectar
    Spectar
  • 30 de out. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 3 de ago. de 2023

No místico mar da sabedoria ergue-se a terra prometida em fragrâncias de luz e rios cristalinos de água viva. Longos são os ramos de frondosas árvores anciãs que através dos tempos muito viram e muito sabem.

Longos são os raios de luz que iluminam almas peregrinas de branco vestidas, olhos incandescentes de sabedoria vetusta, transbordando de harmonia e equilíbrio.

Altas montanhas ao longe deixam passar os sussurros do vento que ondulando em espirais lançam a brancura da neve eterna para o infinito azul num quadro de magia e pureza.

O verde dos campos orla rios de água viva correndo para o manancial da vida, alimentando esses seres que de olhar alegre e agradecido contemplam, lá no alto, essa cruz de vida em raios de luz branca derramando bênçãos, alimentando e renovando a vida.

Sons alegres e musicais em harmonia elevam-se para o alto em agradecimento.

- Louvado seja o Senhor, Criador de todas as coisas...

Eram verdes os campos que ladeavam o caminho empoeirado à hora do meio-dia.

Dois homens caminhavam em passo certo, rosto sereno e olhar sagaz de tempos imemoriais.

- Este caminho de terra dura e poeira macia é como o ensinamento do Alto, por baixo uma capa dura e simples para que quem procura, adquira a experiência do ensinamento e a viva, por cima a maciez da capa protetora de quem ensina para que ninguém, que se esforce, se desvie para caminhos cómodos que levam à estagnação.

O silêncio do campo só era cortado pelo movimento dos ventos que em dança simples se esgueiravam por entre as folhas das árvores e pelo trinar das aves que com movimentos rápidos tentavam acompanhar os entes do vento com cantos redobrados.

Os olhos claros dos viajantes fulguravam de alegria ao contemplar o espetáculo que a natureza lhes ofertava.

- Como é possível que diante de tal obra, plena de beleza e equilíbrio, a humanidade escolha o caminho cómodo da estagnação e não aceite o que lhe é ofertado com tanta singeleza.

De semblante baixo, a tristeza por um momento dominou o segundo viajante que retorquiu:

- Infelizmente, o homem prefere aceitar sem analisar o que lhe é ofertado e colocar-se numa situação de dependência espiritual e comodidade, atirando para terceiros a responsabilidade do que aceita.

Engano fatal para tal homem, ele é responsável por tudo o que aceita, certo ou errado; as leis que regem os universos aplicam-se, inexoravelmente, e em tempo certo colhem o seu tributo.

Só por um momento a tristeza dominou os viajantes, logo a alegria e a luz que os rodeava prevaleceu sobre tais almas plenas de amor e felicidade pela obra do Altíssimo.

Eram verdes os campos que ladeavam o caminho empoeirado à hora do meio-dia.

Os entes dos ventos deslizavam velozes no arvoredo rodeando as fadinhas que assomavam por entre o colorido de flores silvestres esvoaçando com suas asas cristalinas e semblante singelo, tranquilos e de olhar vivo, gnomos e elfos, contemplavam com carinho os viajantes que placidamente se tinham recostado debaixo dos ramos frondosos de uma árvore anciã.

Em frente, não muito longe, também um grupo de animais ditos ferozes, descansavam do calor do meio-dia, contemplando os homens que perto deles os miravam também. Harmonia e confiança deslocavam-se no etéreo!

E a natureza seguia o seu curso indiferente às filosofias dos homens, mas atenta às suas ações.

Eram verdes os campos… luminoso o ambiente!


Alma Lusa


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